16 de novembro de 2010

ESTÁ SUSPENSA A DEMOCRACIA EM PORTUGAL!



Sob o lema "alta visibilidade/forte ostensividade", começou hoje, prolongando-se até ao dia 20, a operação da PSP de segurança da Cimeira da NATO, que obrigará a diversos constrangimentos e condicionamentos de trânsito e de pessoas.
in Agência Lusa, 16/11/2010

A GNR deteve hoje, terça-feira, de madrugada, duas pessoas na fronteira do Caia (Elvas) que tinham armas brancas e vários panfletos com mensagens anarquistas e anti-polícia.
in JN, 16/11/2010

Apesar da lei em vigor não proibir que um manifestante oculte a sua identidade cobrindo a cara ou a cabeça, a PSP vai deter qualquer pessoa que o faça nos desfiles e manifestações anti-NATO previstas para os próximos dias. Os principais suspeitos têm um nome: anarco-libertários.
in DN, 16/11/2010


Foram-nos aos salários e ao bolso, fecharam-nos as fronteiras, sendo presos cidadãos por possuirem panfletos anarquistas e canivetes. A polícia já assume alta visibilidade e forte ostensividade, percebendo eu o que isso significará, que já há alguns anos me dedico a decifrar os enigmas de linguagem dos caciques e cães de fila.
Adivinha-se para breve, a Lei Marcial e o recolher obrigatório. Demos-lhes o pretexto!


Manuela Ferreira Leite, estará à beira do orgasmo!


ESTÁ SUSPENSA A DEMOCRACIA EM PORTUGAL!


Perdoe-me a senhora que não sendo a única, foi quem teve a coragem (ou desfaçatez) de publicamente assumir tão infame desejo, tendo agora que se conformar com a forte probabilidade de, no presente muitos milhares de portugueses, mais incidiosamente atentos, se lembrarem de quanto estas medidas a estarão a consolar.


Por ano são sequestrados ou desaparecem, centenas, senão milhares de cidadãos em território nacional, entre os quais muitas crianças e jovens adolescentes. Nunca as autoridades fecharam as fronteiras. Aliás, não têm sequer um plano de contingência articulado com todos os orgãos de polícia criminal, a fim de estanderizarem procedimentos.
Todos os fins de semana, claques organizadas de meleantes desfilam ao longo das ruas e avenidas deste país, provocando tudo e todos, agredindo quem lhes apetece e danificando aquilo que os estorva, sendo nessa "inócua" actividade, escoltados pelos merdas que agora reclamam ostensividade.
Muitos mais seriam os exemplos que cada um de nós poderia aqui trazer para ilustrar a filha da putice que representa a actual postura das autoridades políticas e policiais.


Percebe-se que este registo fascizoide seja caro à direita portuguesa e aos saudosistas que elegeram o António Mau de Santa Comba, para luso do século XX. Ouvem-se até os aplausos com que os reaccionários deste país, assinalam o regresso da torpe democracia musculada, antecâmera de regimes na esteira dos que enbruteceram a Ibéria do século passado. Entende-se que este registo seja do agrado de alguns corpos de polícia, com uma cultura institucional marcadamente securitária (dos quais se poderá eventualmente excluir a polícia judiciária).
Para os patetas de esquerda que tenham dúvidas, assumo:
Entre as minas anti-pessoais, auto-tanques, helicópteros, caças, caça-bombardeiros, navios e submarinos. Entre bombas, mísseis, granadas e metralhadoras de assalto, escolho as fisgas, a tinta, os slogans e os graffitis. Entre as pedras da calçada, os cocktails molotov, os carros de patas-para-o-ar e as montras partidas, escolho todas estas.
Porque lhes conheço os efeitos, porque não consigo sequer comparar-lhes os danos ou nefastas consequências em termos de perdas de vidas humanas.
Rejeito portanto, a cáfila de criminosos engravatados que se preparam para aterrar na Portela e dou as boas-vindas a todos os outros, incluindo àqueles que acreditam que partindo algumas montras, farão soar melhor o seu grito de revolta.
Não tenho dúvidas entre quem escolher, até porque não me acho com pretensões a Prémio Nobel da Paz, que por sinal...

4 comentários:

  1. Pois é...
    Apesar da inconstitucionalidade do evento se o cidadão comum, zeloso e cumpridor que paga os seus impostos e que se preocupa com este país, com as tristes figuras de bajulação e subserviência que este faz, com a falta de ética e de honra, de total desrespeito pelos direitos humanos, se esse cidadão tiver a ousadia de exercer o seu mais fundamental direito democrático à indignação, se o fizer ousadamente de rosto velado (sim porque estes senhores nunca se escondem atrás de ofensivas humanitárias e outras que tais, isso nem é apanágio da nato e dos seus lideres...), choldra com ele... Mesmo que seja um cidadão nacional e que possua identificação não se livra de um inesquecivel encontro com as nossas ternurentas forças de segurança e como elas tratam bem "manifestantes esquerdistas"... Mas nem assim nos vergam!
    Sábado dia 20 todos a Lisboa!
    Encapuzados ou não!

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  2. Ofuser,

    Mais um excelente texto, ao lê-lo consigo sentir a revolta e a indignação que te vai na alma, justificadíssima aliás, compreendo-a e partilho-a.

    O teu post ilustra bem a pouca vergonha a que se prestam as autoridades neste país, que por acaso é o nosso.

    Sabemos que o objectivo é meter medo a todos aqueles que querem participar na manifestação, para colocar em causa a sua realização.

    Um apelo a todos os que vão manifestar-se no próximo sábado, que o façam com o rosto tapado!


    Amigo, obrigado por me dares o privilégio de partilhar contigo este blog.

    Abraço

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  3. in Conversas de vizinhos

    Estive para manter confidencial esta pequena “cãoversa” com o “Cantinflas”, o fiel vigilante do quintal dos vizinhos... mas um post de um amigo "de infância" leva-me a divulgá-la.


    - Olá “Cantinflas”!
    - ... ... unfff...
    - Mas que lindo impermeável novo...
    - Isto não é um impermeável!
    - Não?! Então é o quê?
    - É uma capa com proteção hidrológica!
    - E então isso não é a mesma coisa?
    - NÃO!!! Isto é uma peça de vestuário preparada para resistir ao ataque de variados materiais e projeteis húmidos, disparados pelos mais diversos tipos de armamentos, como mangueiras, bisnagas de carnaval...
    - Fantástico, “Cantinflas”! E como é que aprendeste a distinguir isso de um impermeável? Foi nalguma enciclopédia sobre vestuário com...
    - Não!... Foi com um amigo meu, alemão, que trabalha na PSP... e livra-te de começar a gozar de fininho com o assunto, como fez a Anabela Fino lá naquele vosso jornal...

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  4. É notorio o desnorte que reina em todos os meios de comunicação de maior implantação no nosso pequeno pais, mas que aspira a grandes designios. Refiro-me às recentes noticias veiculadas nos ultimos dias acerca da cimeira da NATO. Mais propriamente da contra-cimeira.
    Os ditos meios de (des)informação tem veiculado várias supostas noticias acerca da movimentação em massa de vários grupos anarquistas e com treino militar, para o nosso pais. Movimentos esses que teriam como unico objectivo promover actos terroristas dentro do nosso território à beira mar plantado. Só não nos é dito qual é a fonte da noticia nem como é que a informação foi confirmada. Na sociedade de informação em que vivemos, a qualidade deixou de ser importante. Ficamo-nos pela quantidade.
    E mais: Fazem orgulhosamente alarde do forte control policial destacado para as manifestações anti-NATO, uma vez que segundo eles, é aí que se vão cometer os infames actos violentos. Esses grupos serão supostamente o braço armado das manifestações pela paz. Aliás, graças à acção coordenada das diferentes forças de segurança do nosso pais, alguns elementos foram mesmo impedidos de entrar no nosso país e repatriados, graças à suspenção do acordo de Shengen. Os ditos criminosos pretendiam fazer passar pela fronteira material perigosissimo habitualmente utilizado em atentados, nomeadamente um canivete e folhetos propagandisticos. Esta vitória da democracia vem demonstrar que os milhões de euros gastos com a cimeira valem a pena. E com o esforço de todos conseguiremos um mundo melhor e mais justo para os nossos filhos.
    Estas “noticias” servem um proposito muito claro, que é o de evitar a participação dos cidadãos nas manifestações programadas para dia 20 em Lisboa. Conotando os protestos com grupos radicais conseguem retirar legitimidade a uma acção que tem como mote a defesa da paz. O cidadão que legitimamente decida exercer o seu direito de livre manifestação das suas convicções fica automaticamente estigmatizado socialmente como anti-social. Além disso, a forte mobilização policial, amplamente publicitada, desincentiva a participação, atraves do medo confrontos violentos, quando a unica fonte de violencia é a própria policia.

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