30 de abril de 2011

Ciao Banda Bassotti, salut Babylon Circus



Banda Bassotti, formação musical nascida em 1981, num bairro operário da periferia de Roma e no seio do movimento Red Skin, com um constituição originalmente composta somente por trabalhadores da construção civil.

Significando em italiano Irmãos Metralha, Banda Bassotti, produz um muito “materialista” som ska, punk e Oi, em que a estética perde em favor da força das palavras e das ideias. Sem constrangimentos quanto à sua origem, sem pudor quanto à simpatia por diferentes projectos e/ou movimentos comunistas do séc. XX e por tudo o que ajudaram a conquistar e construir! É património que qualquer revolucionário deve orgulhosamente assumir e que cantado em italiano se traduz concerteza, na melhor banda italiana de ska/punk.

Não existirá agrupamento com tão evidente consciência de classe, disposto a roubar espaço ao campo da produção mais ou menos burguesa do punk, na perfeita sublimação do ideal de que a música é para o povo, mas sobretudo é e será sempre do povo.

As músicas aqui apresentadas "Stalingrado", "Figli della stessa rabbia", "Bella ciao", e muitas outras, são tidas como clássicas da banda. O seu último álbum "Viento, lucha y sol" foi muito elogiado pelos apreciadores, mas por terras lusas não chegou a ver a luz do dia.

Ficam connosco, não ficam Maria?

Vamos agora dar lugar aos franceses Babylon Circus, considerados por muitos e apenas como a melhor banda ao-vivo da actualidade. Vamos viajar Maria?

27 de abril de 2011

Alfredo “Danoninho” Barroso





Perguntar-vos-eis a que propósito, adorno com tão nutritivo middle name, aquele a que por familiaridade, adoptamos como o primo da república portuguesa. Ainda que todos ou quase todos, por força dos nossos valores estéticos e idiossincrasia mediterrânica, sejamos incapazes de o guardarmos na nossa memória colectiva, nos mesmos preparos em que se nos apresenta a dita prima.
Afastado que me acho da actual actualidade (sem qualquer redundância), que me aborrece de tão repetitiva e pouco estimulante se nos apresentar, esbarrei
neste generoso e acutilante artigo, escrito pela pena daquele a quem venho dedicando o presente texto.
Lido o artigo, apoderaram-se de mim sensações semelhantes às que me fustigam e por vezes consomem, quando me deixo abraçar pelas bizarras personagens que povoam os universos cinematográficos de David Lynch ou Jean-Pierre Jeunet.
Dei por mim a imaginar um seráfico e sisudo orador, perante uma plateia generosamente disposta a acolher a emoção de um discurso que, merecendo ser lido a partir das entranhas da alma, segue num triste e apagado registo monocórdico. Em tons de cinza, como merecem tais prestações e correspondentes ouvintes, a cena vai-se desenrolando ao mesmo ritmo que o imposto pelos académicos quando a sua emoção, obstinada e teimosamente, se opõe à sua razão.
E segue assim o discurso até que muito tenuemente e contra a vontade do seu dono, o corpo se entrega à tarefa de denunciar o conflito interno entre, o esclarecido e o militante, primo da república.
A denúncia de tal compulsão adivinha-se pelos primeiros e involuntários cerrar de olhos, cada vez mais frequentes e cada vez mais prolongados. Perante a sua resistência, o corpo do orador não desarma e espalha a praga dos impulsos a movimentos involuntários da cabeça e dos bracitos, denunciando “le grand finale” que se avizinha, sem termos a certeza que ao mesmo pretendamos assistir.
E eis que entrado no capítulo reservado a Portugal, o corpo toma conta da mente, a emoção ultrapassa a razão e com pozinhos de perlimpimpim generosamente servidos pelo realizador da fatela película, se dá um estrondo e dissipando-se lentamente uma cortina de fumo que estas ocasiões exigem, se vão denunciando as formas a que as secretas vontades do orador o levam, podendo então vislumbrar-se em todo o esplendor que as lantejoulas lhe conferem, o sisudo orador travestido de bailarina de cabaré.
A plateia composta por estudantes ávidos em beberem sabedoria das palavras brotadas pelo orador, por cegos, por tolos, por mal amados ou gulosos e por crentes, divide-se entre aplausos, gargalhas e silêncios. Os estudantes ficam à rasca e resolvem logo ali que a coisa deve ser resolvida na rua, numa qualquer manifestação de enrascados. Os tolos e os cegos, aplaudem efusivamente tão ousado discurso. Os mal amados e os gulosos, entusiasmam-se com a travessura a com a possibilidade em visitarem o artísta na intimidade do seu camarim.
Os crentes, grupo no qual me incluo por vício e teimosia em acreditar, para além de qualquer evidência, nesta humanidade, ficam a pensar. “Só mais um bocadinho e chegas lá! Com Danoninho, hás-de lá chegar…”



P.S. Agora sem ironia. Entre muitos outros artigos produzidos pela intelectualidade do PS, que teima em mentirosamente se designar de socialista, este artigo apresenta-se como um verdadeiro “case study” da desonestidade intelectual lusa.



8 de abril de 2011

O começo do caminho




Veremos o que isto vai dar. A decisão de concorrer separadamente às eleições já é conhecida, mas a crise e a instabilidade política estão aí para ficar. Esperemos que desta discussão surja realmente uma alternativa de esquerda que mobilize o país.


Terra de ratos




Retirado do blog   o tempo das cerejas


7 de abril de 2011

Banca - Lucro, ambição e poder




Os bancos anunciaram que vão deixar de emprestar dinheiro ao Estado, os banqueiros falaram e imediatamente Portugal pediu ajuda através de um resgate financeiro. Se alguém tivesse dúvidas sobre o poder dos bancos privados elas ficariam imediatamente dissipadas, o poder económico sobrepõem-se ao poder político, domina-o de forma a salvaguardar os interesses da alta finança.

Os banqueiros mandam em Portugal, actuam em conformidade com a lei do mais forte, os roubos ao Estado e ao povo português são constantes, custa admitir, mas a verdade é que estamos nas mãos destes assassinos da economia com o compadrio dos nossos representantes políticos, juntos manipulam tudo e todos, através da chantagem do colapso do sistema financeiro português.

Estes mesmos bancos que tiveram lucros fabulosos à custa da divida publica portuguesa, vêm agora dizer que não emprestam mais dinheiro ao Estado, aos seus parceiros de sempre, os tais que sempre agiram de forma a salvaguardar os seus interesses. Quase não pagam impostos e quando o fazem entopem os tribunais com acções para que isso não aconteça. Pedem dinheiro emprestado ao BCE a 1% e concedem empréstimos ao Estado cobrando 5 ou 6% de juros, aumentando assim e desta forma os lucros registados. Desviam milhões para offshores, mas se passarem por dificuldades, têm garantido pelo estado uma verba de muitos mil milhões de euros para financiamento, se for necessário salva-los.

Ser banqueiro é das actividades mais lucrativas e um dos grandes males do desequilíbrio social e da balança fiscal que se verifica em Portugal, é urgente taxar os bancos devidamente. Se apresentam lucros, distribuem o dinheiro pelos accionistas, se tiverem prejuízos e entrarem em falência são salvos com o dinheiro do povo, vale a pena ser banqueiro, não há risco nenhum.

Os nossos bancos têm como exemplo aquilo que se passa lá fora e tudo isto é feito com a "supervisão" e o aval do BCE através da total desregulação dos mercados, os tais mercados. Os mercados da dívida pública são os bancos, são eles que especulam, são os bancos que lucram milhões à custa da especulação em torno das dívidas públicas dos Estados, é preciso acabar com isto. A solução passaria pela compra directa de divida pública pelo BCE aos Estados em dificuldades e não como acontece neste momento em que compra é realizada por vários bancos, principalmente alemães e franceses. Todos eles pedem dinheiro emprestado ao BCE com taxas de 1% e vendem-na com taxas de juros muito superiores, especulando sobre as dificuldades dos países. Tal e qual como os bancos portugueses fazem, agravado pelo facto de estes o fazerem com a nossa própria dívida.

Ao contrário que nos querem fazer crer esta crise mundial não é económica, é financeira. Esta crise foi criada pelos bancos, no entanto e por muito estranho que possa parecer os bancos registam os maiores lucros de sempre. Causaram esta crise através de esquemas fraudulentos, os principais bancos do mundo venderam derivados fraudulentos e instrumentos de falsificação financeira. Agora dizem aos governantes dos países para criarem planos de austeridade, aumentando os impostos, cortando os gastos públicos na saúde e educação. Passem para cá mais dinheiro porque se não fizerem o que nós queremos, podemos implodir a economia e é o colapso total. Ou seja, tudo vai para os bancos privados, essa é a austeridade, cortando nos orçamentos tudo o que beneficia a população e transferindo toda a riqueza para eles. Todas as soluções que nos apresentam são para consolidar o próprio poder.

É importante investigar e agir em conformidade, obriga-los a responder por esta crise,  se alguém tem de a pagar são eles e não nós. Sobre a dívida externa, já publicamos no FogeMariaFoge um artigo que apresenta uma solução interessante. 


1 de abril de 2011

Parabéns, este é o vosso dia!



É o dia das mentiras, para quem tem feito tanto é da mais elementar justiça reconhece-lo!

Quero expressar aqui a minha grande homenagem a estes grandes mentirosos, que muito têm feito para manterem aceso o espírito deste dia, sem figuras de referência tudo era mais difícil. Sabem que não estão sozinhos, a maioria do país está convosco, reconhecem as vossas qualidades e expressam-no nos votos que vocês, grandes mentirosos obtêm. Não ficam certamente atrás de outros grandes mentirosos do nosso país, da nossa história, tal deve ser realmente reconfortante e um grande motivo de orgulho para todos vós. Quero assinalar o vosso formidável empenho ao estender este vosso dia aos restantes 364 do ano e fazem-no naturalmente, sem esforço, como se desde sempre fizesse parte da conduta da vossa vida. São dignos do nosso reconhecimento!