24 de março de 2011

Porque é que os EUA não andam muito interessados em comandar o ataque à Líbia, porque é que os italianos, franceses e ingleses não se entendem sobre como e com que objectivos bombardear o país e porque é que a Espanha também anda metida ao barulho






O gráfico acima é elucidativo. Representa as exportações de petróleo líbio em 2010 segundo a Energy Information Administration dos Estados Unidos.

Em 2010, 23,3 % do petróleo importado pela Itália veio da Líbia que é o seu principal fornecedor desta matéria prima.

Já para a França, o petróleo líbio representa cerca de 15% das importações de crude, sendo a Líbia o segundo fornecedor da França a seguir à Rússia.

Já a Inglaterra vai buscar à Líbia 8,5% do petróleo que importa.

Muitas outras questões se poderiam pôr. Seriam particularmente interessante analisar os números do investimento estrangeiro na Líbia assim como os investimentos líbios no estrangeiro e suspeito que descobriríamos mais algumas dicas para explicar os desentendimentos entre as potências ocidentais para além de uma intensa e próxima relação entre o coronel Kadafi e os "cruzados imperialistas". Esta é uma das questões políticas mais problemáticas e ao mesmo tempo das mais patéticas desta intervenção: o coronel apodera-se de um verniz anti-imperialista e os nossos governantes fingem que não o conheciam de lado nenhum.

P.S. – Não esqueçamos que há um ponto em que todos os governos ocidentais estão de acordo, que é a absoluta e urgente necessidade de derrotar a revolução árabe. Esta intervenção é um grande contributo para esse objectivo. Fica para outro post.


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