9 de agosto de 2011

Discurso do embaixador mexicano na Conferência de Chefes de Estado da União Europeia (não é, mas podia ser...)



"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos,
para encontrar os que a "descobriram" há 500...
O irmão europeu da alfândega pediu-me um papel escrito, um visto, para
poder descobrir os que me descobriram.
O irmão financeiro europeu pede ao meu país o pagamento, com juros, de
uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me
vendesse.
Outro irmão europeu explica-me que toda a dívida se paga com juros,
mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros,
sem lhes pedir consentimento.
Eu também posso reclamar pagamento e juros.
Consta no "Arquivo da Companhia das Índias Ocidentais" que, somente
entre os anos de 1503 a 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185
mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da
América.
Teria aquilo sido um saque?
Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao
sétimo mandamento!
Teria sido espoliação?
Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e
negam o sangue do irmão.
Teria sido genocídio?
Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas
ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a
actual civilização europeia se devem à inundação dos metais preciosos
tirados das Américas.
Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata
foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados
ao desenvolvimento da Europa.
O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o
que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas uma
indemnização por perdas e danos.
Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.
Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um
plano "MARSHALL MONTEZUMA", para garantir a reconstrução da Europa
arruinada pelas suas deploráveis guerras contra os muçulmanos,
criadores da álgebra e de outras conquistas da civilização.
Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar:
Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos
produtivo desses fundos?
Não. No aspecto estratégico, delapidaram-nos nas batalhas de Lepanto,
em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias outras formas de
extermínio mútuo. No aspecto financeiro, foram incapazes - depois de
uma moratória de 500 anos - tanto de amortizar capital e juros, como
de se tornarem independentes das rendas líquidas, das matérias-primas
e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.
Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual
uma economia subsidiada jamais pode funcionar, o que nos obriga a
reclamar-lhes, para o seu próprio bem, o pagamento do capital e dos
juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos para
cobrar.
Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar dos
nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e
até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do
Terceiro Mundo.
Limitar-nos-emos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida
de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300
anos, concedendo-lhes 200 anos de bónus. Feitas as contas a partir
desta base e aplicando a fórmula europeia de juros compostos,
concluimos, e disso informamos os nossos descobridores, que nos devem
não os 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, mas
aqueles valores elevados à potência de 300, número para cuja expressão
total será necessário expandir o planeta Terra.
Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue?
Admitir que a Europa, em meio milénio, não conseguiu gerar riquezas
suficientes para estes módicos juros, seria admitir o seu absoluto
fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos
capitalistas.
Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam a nós, índios da América.
Porém, exigimos a assinatura de uma carta de intenções que enquadre os
povos devedores do Velho Continente na obrigação do pagamento da
dívida, sob pena de privatização ou conversão da Europa, de forma tal,
que seja possível um processo de entrega de terras, como primeira
prestação de dívida histórica..."


Este texto de autor desconhecido, tem sido apresentado de diversas formas fraudulentas. Fica apenas o texto, pois vale pela força das suas ideias enão pelo contexto e/ou qualidade do autor e apresentação.



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