19 de outubro de 2011

O tempo é de luta! O tempo é de resistência!


O tempo é de luta! O tempo é de resistência!
A divulgação das últimas medidas do “plano de austeridade” são um verdadeiro choque. São um choque para aqueles que obstinadamente continuam a arregimentar com a carneirada, com o fatalista discurso do “vivemos acima das nossas possibilidades”, para os que angelicamente acharam que como por artes de magia a Troika iria resolver os problemas do pais, claro que pedindo alguns sacrifícios, mas também seria para os do costume, essa cambada de párias que são os funcionários públicos.
Pois companheiros, os tempos continuam e continuarão a ser, cada vez mais, de luta e resistência!
Dizia há uns dias atrás Jerónimo de Sousa que “a miséria do fascismo” está aí de novo. Permitam-me acrescentar que esta miséria é transversal. É uma miséria que vai da precariedade económica e social, até à precariedade dos meios de comunicação e das próprias instituições, supostamente as guardiãs da Democracia. Está aí de novo o Fascismo! De uma forma bem mais perversa, porque muito melhor camuflado.
Que tristeza assola o meu peito ao ver a maioria a anuir com estes facínoras, sim a maioria, porque não restem dúvidas que se novas eleições houvessem, estes crápulas ganhariam de novo!
Por isso temos responsabilidades acrescidas "- Responsabilidade de quê? - A responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam" como dizia José Saramago. Aparentemente poderemos parecer em menor número, pois apenas aproximadamente 20% estão contra este projeto. Todavia haverá que contar com 50% dos portugueses que não votaram (e que aliás há muito que se demitiram de intervir, o que me faz lembrar uma frase de Jose Marti “Não pode queixar-se da escravidão quem não usa as mãos para romper seus grilhões; se os suporta é porque é digno de sofrê-los.”). Mas estes mesmos 50% podem traduzir-se num campo de manobra potencialmente bem mais vasto do que aquele que aparentam ser, numa primeira análise, os apenas 20% manifestamente contra esta sanha neoliberal. E se conseguirmos fazer chegar o sentimento de que “Quem não se sentir ofendido com a ofensa feita a outros homens, quem não sentir na face a queimadura da bofetada dada noutra face, seja qual for a sua cor, não é digno de ser homem”, proposto por Jose Marti? Eu sei que pode ser pedir muito, mas este é o tempo! E como hoje estou numa de citações -”As etapas dos povos não se contam por suas épocas de sentimento infrutífero, mas sim por seus instantes de rebelião. Os homens que cedem não são os que fazem as nações, e sim os que se rebelam.” E este é o tempo - que não restem duvidas - este é tempo para lutar mais e mais, reinventar novas formas de luta, resistir, unificar a acção, eu sei lá que mais!
É o tempo de perceber que o problema ultrapassa em muito o Sócrates, o Passos Coelho, o Portas, o Vítor Gaspar, o Sarkosy, a Merkel e todos os políticos de pacotilha deste mundo. O problema é como sempre o dinheiro, o capital, quem o detém (alguém sabe?), o que o move e seus respetivos interesses. Quantas vezes vi a anunciarem à vez, o fim do Capitalismo e também do Comunismo. E no entanto há muito que não se via uma tão feroz investida do capitalismo, sob essa sua mão enluvada que são os mercados e as suas políticas. Política que pretendem que seja o povo a pagar o reequilíbrio necessário para o normal funcionamento das nações. Mas essas mãos enluvadas são assim para que não saibamos, no fim, quem nos empurrou para uma nova escravidão. Sim, porque os donos dessas mãos enluvadas são os senhores feudais (da alta finança) que nunca se conformaram com a Liberdade de um qualquer povo. Acreditam no povo para que este produza para eles, tenha filhos para eles, sempre sob o jugo da inevitabilidade perpetuado nos discursos com que nos vão emprenhando pelos ouvidos todos os dias. São mãos enluvadas para que não fiquem ”sujas” com o sangue dos que todos os dias sucumbem às suas mãos, para que não se consporquem com a carne podre das crianças que morrem de fome todos os dias por todo o mundo e daqueles que por lutarem são mandados “calar” definitivamente. Pois daqui vos digo que nada impedirá que vossas mãos estejam marcadas com esse ódio e esse sangue desde sempre e para sempre.
Mas não será assim toda a vida, há sempre alguns que escapam ao padrão de formatação e esses – queremos e cremos que cada vez mais - têm obrigações acrescidas de lutar e de abrir consciências, esses são os que provam que afinal o Comunismo também não morreu, está vivo e bem vivo em cada um de nós, em cada luta, em cada ato de resistência, em cada combate. Sabendo que esta luta dá frutos, vem dando ao longo dos anos, vem provando ser solução e ser caminho. É agora tempo de redobrar forças. Lutar por nós e cada vez mais pela geração seguinte, a dos nossos filhos para que quebrem os grilhões e cresçam como homens livres.
O que eu sei é que “quando nos julgarem bem seguros, cercados de bastões e fortalezas, hão-de ruir em estrondo os altos muros e chegará o dia das surpresas."- José Saramago.
Por isso até já camaradas, encontramo-nos por ai numa qualquer greve, manifestação ou protesto.



Sem comentários:

Enviar um comentário