O que acontece agora na Tunísia e no Egipto é o desmoronar de todo uma ideologia racista e neocolonialista e esperamos (tudo está ainda em aberto) um abalo definitivo ao poder americano na região. A tenacidade dos revolucionários e revolucionárias no Egipto e na Tunísia é um exemplo e uma fonte de inspiração para todo o mundo árabe, na verdade para todo o mundo. Se o Egipto cair às mãos da revolta popular não é de espantar que o muro da Faixa de Gaza na secção que faz fronteira com o Egipto no Sinai possa ser derrubado. Se tal acontecer, essa brecha vai permitir a todos os árabes ver a hipocrisia dos ditadores árabes face aos palestinianos, ganhar força para derrubar mais algumas ditaduras e no processo mudar o futuro da Palestina.
Mas isso faz parte de um futuro ainda em disputa cujo próximo passo está a ser jogado neste momento na Praça Tahrir. Por enquanto já valeu a pena ver as massas esfomeadas do Cairo mostrar ao mundo que sempre souberam muito mais de democracia do que qualquer académico gorduroso da nossa praça.
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